Desde safo, um eco eterno
a repetir a latomia,
indaga ao vate:
Mas, de que carne se comporia,
o corpo leve e ancestral da poesia?
Esta arte se constitui
(diz o esteta) da grave essência
vindo, e do que flui na medula,
a espinha tesa e quase reta.
Um ato primal, como no sexo
em paridade corporal,
que humaniza e tem seu ápice,
antes de se dissolver no chão.
E dali, após o primeiro plano,
levanta o homem um patamar,
a propor a nova meta.
Assim, também a poesia,
em seu devir de honrar,
como um arauto da anunciação.
A novidade é:
O mundo novo esta por vir!
(o poeta grita por toda a cidade).
Se o arranjar do poema
cuida de espalhar no ar um tal amor,
este se vai, mas vive-se, então, um aí,
um dolente aí, de angustia extrema.
Mas este é um ái que não suprime,
antes, incorpora toda a dor.
Com o inteiro corpo, mais eu perscruto,
do que vejo toda a intensidade do poético desejo.
Como pode a mudança em tais coisas,
ser expressão de vivencia?
A Deusa Fortuna, procede, socorre,
vindo em cuidado à nossa valencia.
E diz: Que, então, vigore a fibra óssea,
junto à estrutura medular.
Pulo de tigre, passo puro de dança, perfeito,
rodopia à bailar a paixão do poema/criança.
Poema que nada ouve, ou mais,
nada fala, mas que não se pode aquietar.
sábado, setembro 23, 2006
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