terça-feira, setembro 19, 2006

SONETO DA COTOVIA

Foste minha, tão intensa e pura,
a Deusa Íris quando a aurora anunciava,
desdobrando a madrugada de ventura,
raiava o dia em teu sorriso, a namorada.

Amei-te tanto, como podia a alma dura,
tenho-te ainda na lembrança orvalhada,
qual ninfa ébria, de voluptuosa ternura,
flor fugaz, desabrochando apaixonada.

Não mais percebo-te, a suave cotovia,
arrulhos tênues e a delicada plumagem.
Não mais te vejo fitar o céu, feito em miragem.

És a gaivota que o amor em ti previu.
A plenitude, levas ao alto, voa sem peias.
Terás um ninho, em praia cálida, de brancas areias.

2 comentários:

Pintura Brasileira disse...
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Pintura Brasileira disse...

Uma linda poesia, como todas as que faz. Beijo e sorte.