O amor, quando acontece,
pode ter a genética de um tornado,
arrasador e insólito.
Mas, há o que amarelece
no sorriso do rapaz, e o que,
no esperar da moça, empoeira-se.
Que pode ser de acontecimento,
mesmo marcante e tão forte,
como um sentir de gosto, que,
ainda assim, é de tal fragilidade,
que nasce musgueando
pelos cantos das ruas,
dentro dos becos da cidade,
na relva das tundras,
no charco das várzeas,
e que a tudo toma conta,
qual uma hera de parede?
É preciso proteger
tal sentimento fragil,
do impiedoso jardineiro, que,
senhor da razão,
mora num estóico rancho,
lá no fundo do bosque sombrio
e sempre vem a lume aparar
as ramagens novas
de um coração descuidado.
segunda-feira, outubro 02, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Lindo "poemeto sobre o amor", cada dia me surpreendo mais, e aos meus olhos seus poemas se compraram com os de drummond... beijos! Camila / MG
Postar um comentário