domingo, outubro 08, 2006

TANGO VOLVER


Ao longe,
Campeando plagas
Em bom tordilho,
Desde a portenha estância,
Ei-lo que aqui se apeia.
Sê bem-vindo,
O que se foi e agora volta,
E entre os seus,
É recebido em relevância.
Acolhe-o em abraço,
Toda pompa e circunstancia,
Na precisa hora em que
O poema já se entorta.
Ao vir à praça,
No nascer da rosa publica,
Cruza as aleas
De flores vãs, na avenida
Quando se vê o advento,
Regresso eterno,
Et por cause, vence
Lirismos de toda gama,
Construindo a poesia
Que caminha sem ter termo.
E, já de volta, o que
Vai-se e o que vem vindo.
Ou então, num ai,
O sentimento sobe ao tino
E a emoção desencadeia
A verve solta,
Na alegria desvairada
De um menino.
Que o saúdem e o velem
Em canto antigo,
Quando se vê na fonte orgástica
E urbana, o verter-se d’alma,
E a densidade de um amigo.

2 comentários:

Ricardo Sant' anna Reis disse...

VOLVER é o mais belo de seus poemas, aos meus olhos, minha mente e meu sentir! Camila / MG

Ricardo Sant' anna Reis disse...

Ricardo,
sem demérito aos demais, 'tango volver' é um grande poema, daqueles que qualquer poeta gostaria de ter escrito. parabéns!
Ademir Antonio Bacca/RS