sexta-feira, novembro 10, 2006

NO RASTRO DA MARESIA

Que dizer de um tal momento apenas prenunciado
no rastro da maresia, num gemido prévio
anterior, em través na garganta?
Que dizer da vontade de flambar o melhor conhaque na tarde fria?
E do frio na barriga? Que dizer de um olhar fundo e do pecado original?
Que dizer quando no rádio uma canção, e um solo de bandoneon?
Desejo? O de vestir casimira azul
que, de tão antiga, convidaria-te a um cinema domingueiro.
Outro desejo? Apenas mergulhar no mar cinza metálico
de um balneário no Egito, ou, quiçá
voar sem destino nas asas do vento.

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