Que dizer de um tal momento apenas prenunciado
no rastro da maresia, num gemido prévio
anterior, em través na garganta?
Que dizer da vontade de flambar o melhor conhaque na tarde fria?
E do frio na barriga? Que dizer de um olhar fundo e do pecado original?
Que dizer quando no rádio uma canção, e um solo de bandoneon?
Desejo? O de vestir casimira azul
que, de tão antiga, convidaria-te a um cinema domingueiro.
Outro desejo? Apenas mergulhar no mar cinza metálico
de um balneário no Egito, ou, quiçá
voar sem destino nas asas do vento.
sexta-feira, novembro 10, 2006
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