quarta-feira, fevereiro 28, 2007

IMERSÃO NO LUSCO-FUSCO


Alguns signos que se erguem,
Como emblemas de anunciação
Aos elementos me levam,
Gotas de chuva, torrentes,
Sementes, ventos furtivos,
Segredos de aluvião.

Quando o sol se faz presente,
No estio, carrega o vento,
E ofusca o fugaz momento.
À tona, o lusco das pedras raras,
Mistura-se ao brilho da paixão.

Se radicam os sentimentos,
Outrora, tão compassivos.
O corpo toma-se,
De cobiças dormentes.
A volição de um mormaço,
Que é prana, vital energia.
Basta o aroma ávido da terra,
E um beijo roubado a ninfa,
Que a esta lírica elegia,
Tão doce, vem alumbrar.

Oh, tais tontearias que me fazem
Em êxtase, caminhar sobre águas.
Pelo o rastro da maresia, ir-me,
Seguindo, e, no intimo, repetindo,
O heróico ânimo de uma grácil bateira,
Rompendo as tormentas no mar.

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