segunda-feira, fevereiro 19, 2007

LINGUISTICA


A poesia é proverbial
e de grande serventia
por explicar a afeição
dotar de asas a rebeldia
aquilatar o que se vê
dar valor ao que se cria.

O amor só se entende
longe da monotonia
e o poeta tem por oficio
recolher a tais emoções
tanto que, dos confins
da terra, vai ao céu
atrás de musas quietas
em busca da parceria
das airadas Marias
sejam elas mulheres belas
sejam as feias, ou as etéreas
e, ainda, aquela tão linda
que, por augusta, passeia
num mafuá de província
em roda, no carrossel.

A mulher, por mais triste
mirrada ou pequena
é musa, e tem o seu vate
que a proclama em poema.

Ele, andarilho, vem da região
do encanto, verter-lhe o sumo
da vida, trazendo o amor por dístico.

É por isto que a poesia, em tudo que fala
amplia, faz de um simples beijo, um verso
algo muito mais do que corpo, do que sexo
do que lânguido, algo
por assim dizer - lingüístico.

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